O grupo chinês Noble confirmou ontem a compra da usina de açúcar e álcool Petribu, localizada em Sebastianópolis do Sul, a cerca de 80 quilômetros de Rio Preto. O investimento é de US$ 70 milhões e faz parte da estratégia da empresa de começar a atuar no setor sucroalcooleiro no país.
A informação mexeu com empresários do setor. A aquisição é vista como processo que será fortalecido a partir de julho deste ano e vai envolver mercados asiáticos.
“É uma sinalização da mudança de perspectiva. O setor se apoiava nos mercados do Japão e americano e agora terá China, Japão, Coréia, Tailândia e Índia, que vão aditivar ou consumir o álcool em maior escala. Imagine veículos flex em todos os países”, afirma o consultor do setor sucroalcooleiro e conselheiro da Udop (União dos Produtores de Bioenergia), Fernando Perri.
Ele afirma ainda que a transação mostra que o álcool é a solução energética mais viável em substituição aos combustíveis fósseis.
O Noble anunciou a compra da Petribu em comunicado. "O investimento é estratégico para o Noble Group no Brasil, que tem o custo mais baixo do mundo para a produção de açúcar e álcool e é o maior produtor e exportador de açúcar no mundo", afirmou Ricardo Leiman, vice-presidente de operações do grupo.
Sede fica em Hong Kong
O grupo Noble é sediado em Hong Kong e com ações listadas na bolsa de Cingapura. O grupo informou que o negócio no Brasil é "um passo em direção à meta de controlar sua própria rede global de fornecimento de açúcar e etanol, completando sua estratégia de médio a longo prazos".
No Brasil, o Noble também atua com outros produtos, como café e grãos. A atuação do grupo ocorre de forma integrada em produção, processamento, comercialização e transporte de matérias-primas.
O BOM DIA tentou ontem ouvir o ex-proprietário da Petribu, Jorge Petribu, mas ele está em viagem e não atendeu o celular.
Faturamento é de US$ 11 bi
O grupo Noble pretende investir no total US$ 200 milhões no projeto envolvendo a Petribu. A capacidade da usina é de moagem de 2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano. Aos poucos será ampliada para 4 milhões de toneladas até chegar a 10 milhões.
O negócio envolveu também a incorporação da Meridiano, empresa proprietária de terras no Estado.
O grupo, com negócios nas áreas de agricultura, mineração e combustíveis, tem forte presença na Ásia. Em 2005 o Nobel faturou US$ 11,7 bilhões e lucrou US$ 231 milhões. No Brasil, a empresa mantém escritórios em São Paulo, Santos, Rio de Janeiro e Cuiabá.
Fonte: Jornal BOM DIA - São José do Rio Preto/SP (8/2/2007)
domingo, 25 de março de 2007
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