O curador do Meio Ambiente de Catanduva, promotor de justiça, José Carlos Rodrigues, se reuniu na manhã de ontem com representantes de agroindústrias de açúcar e álcool da região para discutir mecanismos de que elas dispõem para prevenção e combate a queimadas.
Na tarde de quarta-feira um grande incêndio atingiu o canavial da usina Colombo, em Pindorama. Em pouco mais de quatro horas, 562 hectares de cana queimaram. Áreas de preservação permanente, mata ciliar e reflorestamento foram destruídas.
Segundo Rodrigues, há três anos a promotoria se reúne com o setor para adoção de metas que levem à adequação das empresas.
“Estou sendo informado sobre a estrutura das empresas. Pareceres técnicos vão avaliar se elas estão ou não preparadas para o problema”, disse o promotor.
O combate ao incêndio em Pindorama, conforme informações da Colombo, mobilizou 13 caminhões-pipa do Corpo de Bombeiros. A empresa justifica que o vento e a proporção que as chamas tomaram impossibilitaram controlar a situação.
Contudo, o número de veículos enviados ao local é o mesmo que dizer que cada um tentou controlar o fogo em área equivalente a cerca de 45 campos de futebol.
A empresa não acionou o Corpo de Bombeiros para ajudar. Ela afirma que a corporação não dispõe de estrutura para combate a incêndio em canavial.
“Os caminhões do Corpo de Bombeiros não foram feitos para canavial e sim para cidade. A única coisa que os bombeiros poderiam fazer seria observar nosso trabalho”, disse o encarregado de planejamento agrícola da Colombo, Natalino Aparecido da Cruz.
O comandante dos bombeiros da região, capitão Humberto Chirotori, afirma que os veículos vão ao local, mas precisam da ajuda das usinas. “Temos apenas uma equipe por dia. Identificamos as prioridades e prestamos atendimento, primeiro, para os casos que envolvam riscos de morte.”
Polícia vistoria área destruída
A Polícia Ambiental de Catanduva permaneceu todo o dia de ontem analisando as áreas destruídas pelo incêndio ocorrido na quarta-feira na vizinha cidade de Pindorama.
Duas equipes percorreram desde a extensão de plantação de cana até as áreas de matas nativas, reflorestamento e de preservação permanente.
De acordo com o tenente Cassius José de Oliveira, comandante do pelotão da Polícia Ambiental de Catanduva, o “estrago foi grande”. Por esse motivo, um termo circunstanciado foi elaborado.
Até o final da edição os prejuízos ao meio ambiente ainda não haviam sido contabilizados.
“Vamos continuar o trabalho até verificarmos todos os locais que foram atingidos e ver se animais também morreram por causa do incêndio”, disse o policial militar.
O promotor José Carlos Rodrigues, afirma que toda a área de preservação permanente, mata ciliar e reflorestamento destruída quarta-feira terá de ser recuperada pela Colombo.
“Não importa se o incêndio foi ou não criminoso. A empresa será acionada para recuperação do meio ambiente.”
Fonte: Jornal BOM DIA - São José do Rio Preto/SP (17/8/2006)
domingo, 25 de março de 2007
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